A Madalena não quis vir ao meu colo hoje, quando cheguei a casa. Vou tentar esconder a minha tristeza lembrando - e agradecendo, já agora - que estamos nos destaques do Sapo. Bem hajas, estrela do mais lindo videoclip de Paul McCartney. Mais, em sinal de apreço e agradecimento até vou deixar aqui o link para o vídeo. Que é para daqui a uns anos ser totalmente gozada pela minha filha. Parece que já a estou a ver: "Era mesmo isto o melhor que conseguiam fazer?". Era, era... e foi tão bom!
Não é de bom tom fazer isto, mas preciso de desabafar uma coisa - sem grande importância - que me está a pesar muito cá dentro. Estive num serviço idiota hoje. Com um grupo de pessoas que se acham "os próprios". E passei a odiá-los. Especialmente ao cabecilha. Como diria Maitê Proença, tanta gente boa para ter uma dor dentes e este aqui na maior... (Bom, na versão original, ela foi um bocadinho mais agressiva)
A história do bebé de nove meses que morreu dentro do carro asfixiado é tão horrível, tão horrível, "tão estúpida" e "dramática" (como alguém da polícia disse) que nem tenho coragem de me revoltar contra o pai do miúdo. Por que acontecem coisas assim? Porquê?
O dia hoje esteve cinzento e não foi por causa da chuva.
Despediram 122 pessoas da empresa onde trabalho, 12 eram do jornal onde escrevo, o 24horas, e conheço outra do "Jornal de Notícias". De uma penada extinguiram a delegação do Porto e mandaram embora a telefonista e uma pessoa da fotografia. Não me apetece alongar-me sobre isto, por respeito e solidariedade com os que perderam o trabalho. Não estou na pele deles e, por mais que tente, só posso imaginar a angústia que sentem. Pior, sinto que nada disto resulta efectivamente do seu (mau) trabalho. Foram eles, porque era mais fácil.
Para os que continuam, ficou o aviso: se não conseguirmos fazer mais dinheiro (criar novas oportunidades de negócio, é o que lhe chamam agora) espera-nos idêntico destino.
De falta de clareza não os podem acusar, mas não era preciso tanto.
Nos poucos anos que levo disto de trabalhar e descontar para a segurança social, sempre tive claro que o meu posto de trabalho não estava seguro só pelo facto de pertencer "aos quadros". Quando os patrões querem despedir alguém ou acabar com um projecto, fazem-no. É tudo uma questão de engenharia jurídica.
E se eu aprendi isto foi graças ao meu primeiro trabalho a sério, na revista Super POP. Os donos eram espanhóis, os métodos da Roménia de Ceausescu: pagavam fortunas de indemnização para ser livrarem de quem deixava de lhes servir. Pareço cínica por dizer isto? Pois, talvez, Mas, curiosamente (ou não), a versão portuguesa desta revista foi a primeira vítima da hecatombe editorial a que estamos a assistir desde que entrámos em 2009.
Fechou.
(Se calhar, ainda vou ter de dar razão aos Gato: era melhor passar já para 2010)
Talvez isto não faça sentido para a maioria das pessoas que passam aqui, não faz sentido sequer para a pessoa a quem se destina este blogue, mas a notícia do dia (do meu dia) é que o Comandante Monteiro Coelho, o director de Relações Exteriores da TVI, está de abalada. Sem desprimor para todas as outras pessoas com quem já trabalhei, esta saída entristece-me mais do que alguma outra da minha carreira profissional. Já me despedi de colegas de quem gostava muito, mas nunca foi para sempre. Havia, e há, possibilidade de nos reencontrarmos algures, num outro trabalho. Mas desta vez é diferente. O Comandante vai embora mesmo. Pendura o boné, arruma as chuteiras, reforma-se. Estou mesmo triste.
*Adenda: A pressa é inimiga da perfeição. Claro que a saída do Comandante tem tudo a ver com a Mini. Eu é que fiquei atordoada e nem conseguia juntar dois mais dois. Porque no dia em que a nossa filha nasceu, a TVI enviou-nos um ramos de flores para celebrar a ocasião. Foi um momento muito especial, que comoveu também a minha família. Como é que saída do Comandante podia não me deixar triste...
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