Deve ser a notícia mais cómica das últimas semanas, daquelas que fazem as delícias da darling Mónica, mas hoje vi uma reportagem na TV sobre a crise nos colégios privados e de como há famílias que têm dificuldades financeiras e que, por causa da crise, não estão a conseguir pagar a mensalidade. Até aqui tudo bem. Têm toda a minha solidariedade. Mas então começam a aparecer os donos e directores destes estabelecimentos de ensino pedindo (naquele tonzinho irritante que raia a exigência) que o estado ajude estes pobres estudantes.
Fiquei presa ao ecrã a esfregar os olhos como nos desenhos animados. Seria verdade? Ou estamos perante doentes com síndrome BPN?
Meus amigos, ficam desde já a saber: nós aqui não somos a santa casa da misericórdia. Não pago as mensalidades de colégios privados de ninguém a não ser a minha filha (e mesmo assim, sabe Deus até quando é que isso vai durar). Mas onde é que já se viu isto'? E o ano lectivo não começou há menos de um mês? Não se podem inscrever as crianças no ensino público? Haja paciência! Embora tenha que reconhecer que é preciso ter muita lata e mais cara de pau do que o Pinóquio para dar a cara por uma opinião destas.
E reparo com estranheza que há pessoas que preferem ver no poder um 'trafulha de esquerda' a um 'honesto de direita', e vice-versa. Tinha ideia que a democracia era um sistema a favor da igualdade, do povo e do bem, mas parece que afinal há gente para quem isto se resume a fanatismo clubístico.
Pela parte que me compete neste blogue, Madalena, fica um conselho que ouvi já vai para mais de 10 anos no anfiteatro 001, da FCSH, da boca do professor Adriano Duarte Rodrigues (um dos meus favorites): "Não nos podemos demitir das nossas responsabilidades políticos, sob pena de deixarmos espaço para todos os loucos e ditadores". Conselho da mamã: apesar da tentação, natural (digo eu!), não convinha que engrossasses a lista dos 39% de abstencionistas.
Os números que saíram das eleições de domingo, 27:
PS - 36,5% (96 deputados)
PSD - 29% (78)
CDS/PP - 10,46% (21)
BE - 9,8% (16)
PCP - 7,8% (15)
Entretanto, e num tom mais desopilante, estas eleições serviram para descobrir que Ana Drago se chama Ana Isabel Drago Lobato. O que sublinha a importância de saber escolher bem um nome artístico.
O tio da Mini diz que não percebe como é que uma pessoa que ganha 500 euros vota no PS ou no PSD. É uma questão de classe! E eu entendo o que ele diz. Por isso é que no dia 27 de Setembro , por uma questão de classe, vou votar no partido que ofereça condições às mulheres "normais" - dessas que cometem a loucura e o arrojo de terem os seus filhos e o 'gajo' e o trabalho e a casa e ainda a quererem fazer desporto e a divertirem-se (as levianas!) - de chegarem a presidentes do conselho de administração de uma empresa. Há algum assim?
Algum partido que me explique como é que chegámos a 2009 com tão poucas mulheres em cargos de chefia e, como se isso não fosse já suficientemente mau, não encontramos em Portugal uma mulher num cargo de chefia importante que não seja solteira ou lésbica ou sem gajo ou com muitos gajos, mas sem filhos.
Se houver um partido assim, por favor, deixem a sigla na caixa de comentários.
Tenho seguido com mais atenção do que o costume as propostas partidárias e estou em condições de afirmar que não ouvi nenhum político vir a terreiro expor uma ideia que permita às mulheres "normais" (essa vasta minoria que horroriza as elites temendo, quiçá, que se invadam as comissões executivas com cheiro a bolçado e/ou refogado) mandarem efectivamente. Podendo até dar-se esse extraordinário caso, nunca visto entre os machos-alfa deste país, de eu não querer promoções, mas aqui a minha vizinha do lado não prescindir delas. Logo que tenhamos opções...
Questionário sobre o tema em www.economico.sapo.pt*
Mensagem para 2026, ano em que completas 18 anos e poderás, finalmente, votar:
Sim, era mesmo estas as perguntas que se faziam para uma pessoa se enquadrar politicamente.
*Não dispensa a consulta de folheto informativo.
Com delay, mas com vontade de pôr os pontos nos is, deixo a afirmação que faltava:
A MINHA FILHA COME PAPA MAIZENA.
Às terças e quintas-feiras.
Tentámos com Teresa Heinz-Kerry e não conseguimos, mas finalmente há um First-Qualquer Coisa na Pensylvania Avenue graças ao "portuguese water dog"*. Estou feliz e, sem querer chatear algumas das minhas mais fiéis leitoras, vou ter de citar aqui Ricardo Araújo Pereira numa crónica da "Visão". Era qualquer coisa como "já temos o Manchester de Cristiano Ronaldo, o Werder Bremen de Hugo Almeida (?!), o Inter de Mourinho e, finalmente, a Casa Branca de Bolinhas". Até no nome o rapaz ia acertado. Não vai ser Bolinhas, mas é o Bo.
Amanhã é a apresentação oficial. Espero arranjar foto do grande momento.
* Até à chegada de Obama, acho que podia contar pelos dedos das mãos o número de vezes que tinha ouvido falar no cão d'água. Até que a raça se tornou tema de conversa diário. E o cão, que foi d'água toda a vida passou a ser "cão d'água português". É como a Maddie. Tem de se dizer sempre "pequena Maddie" senão parece que não soa bem.
Então o nosso primeiro e a patroa foram vaiados à entrada do espectáculo "Ópera Crioula", CCB, na sexta à noite? 'Tadinhos! E, para mais, parece que não mereciam. Foi tudo culpa do homólogo de Cabo Verde, José Maria das Neves. Agora dúvidas:
- Se parte dos bilhetes foram comprados pelo PM de Cabo Verde, como escreve hoje o 24horas, que sentido faz que as pessoas vaiem? Ou vaiaram todos mesmo aqueles que não pagaram um cêntimo?
- E se todos ficaram indignados com o nosso PM, como podemos ter a certeza que foi pelo seu atraso?
- E por que razão não fecharam simplesmente as portas e começaram o espectáculo?
Vá, a gente sabe, o atraso foi só desculpa.
"Eu acho que o Alegre devia mesmo ir. Quanto mais não seja para dar sentido à escolha do local para o Congresso", Sávio Fernandes no Twitter
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