E como há boas notícias que não vêm sós, eis que hoje sou brindada com mais uma novidade da creche:
- Mãe, sabia que a Madalena já foi ao bacio?
- Hã???
- Sim, tem ido esta semana.
Uma
E então parece que já fez um cocó e um chichi de sua livre iniciativa.
Qualquer dia exige que lhe chame Madalena Lorosae.
Isto pode ser o meu olhar de mamã babada (pode e eu não vou estar aqui a negar), mas valeu a pena esperar tantos meses pelos primeiros passos da Madalena. São lindos, seguros e muito mais perfeitos do que eu poderia esperar. O melhor: quando cai, senta-se e volta a levantar-se. Mãos abertas no chão, grande força, e aquele rabiosque de fralda a içar-se. É linda!!!!
E aos 15 meses e 7 dias de vida, a Madalena começou a andar. De manhã, com a Dusiiiiiiiiiii (é como ela chama à Suzy, a nossa empregada), do sofá do quarto para a cama - uns quatro ou cinco passos. Depois à tarde, mais uns quatro ou cinco no hall de entrada, agarrada aos bonecos de peluche Azul e ao Diferente (depois explico), com a avó.
(Nem o papá nem a mamã estiveram presentes nesse grande momento. Tenho pena - e tristeza - de não ter estado lá, mas já desisti de tentar estar sempre lá. O importante é como me sinto feliz pelas coisas que consegues).
Bom, isto talvez não seja surpreendente para muitos de vocês, que sabem que uma gargalha desta mãe, aqui, neste canto de Portugal, pode provocar um tsunami na Austrália, mas parece que a filha vai pelo mesmo caminho. Esta semana surpreendeu-nos com gargalhadas hiper-sonoras e felizes*. É simplesmente brutal!
*Desculpem qualquer coisinha, cidadãos de Abruzzo.
E, de repente, a mamã descobre que a Mini que deitou ontem não é a mesma que está agora na caminha. Não, não estou a falar de abduções, ovnis ou coisas desse género, que cá em casa não damos para essas maluqueiras, estou mesmo a falar das evoluções da Mini. De um dia para o outro (e eu acho mesmo que foi assim), começou a agarrar os objectos com precisão extra e consegue segurar duas coisas ao mesmo tempo. Hoje depois do jantar dei-lhe uma colher e o boneco-caranguejo e ela pegou nos dois. Primeiro ficou muito séria, depois percebeu que não tinha de escolher, que podia ficar com os dois.
Também já se senta sozinha e fica feliz da vida a entreter-se com os brinquedos. Não aguenta muito tempo mas quando cai já faz força no rabo como se fosse gatinhar.
De barriga para baixo já se consegue arrastar para trás (ela quer fazê-lo para a frente mas não consegue), mas só há um objecto nesta casa que lhe merece tanto esforço: o comando da TV.
Dizem os entendidos (os Brazelton e os Mário Cordeiro desta vida) que nesta fase os bebés começam a palrar e a imitar sons e cá está esta mãe para provar que sim, senhor, que é verdade. A Mini - agora verdadeiramente na fase de descobrir o mundo (nem a mamar pára quieta) - soltou um má e um lá perceptíveis e até, sem excesso de boa vontade, parecidos com um mamã (aliás, mámá) e olá.
O primeiro não fui eu que ouvi, portanto não vou jurar, mas do olá posso falar com conhecimento de causa. A Madalena estava ao meu colo quando desatou a dizer uns "olá" muito entaramelados, mais ainda assim compreensíveis. E para provar que isto não é conversa de pescador (sem ofensa, caros amigos), até posso apresentar uma testemunha. A minha priminha D., de 10 anos, estava lá e enquanto eu ainda meia parva dizia a mim própria que não podia ser, a Mini ainda não podia estar a dizer olá tão perfeitamente, ela disparou: "A Madalena parece que está a dizer olá". Tudo indica que, na boa tradição familiar, vem aí mais uma menina que fala pelos cotovelos. Ainda bem.
É oficial: a Madalena ligou o gajímetro, esse ancestral instrumento que mede o nosso interesse por todo esse universo de coisas que se convencionou dizer que são "de miúda". Ofereci-lhe esta malinha com quatro bonequinhos de levar para o banho e do que é que ela gostou mais? Da mala, claro.
Sigo à risca o conselho da pediatra do centro de saúde: agora quando está casa a Mini só brinca no ginásio no chão para fazer exercício. Acabou-se a espreguiçadeira só porque sim, apesar de eu já estar muito habituadinha a estar aqui ao computador com a baby ao meu lado. Não pode ser? Não pode, pronto, não faz mal. Tem sido bom para as duas, na realidade. Como o tapete fica perto da tv e a Madalena é doida pela caixinha mágica, tenho-a sempre apagada e assim sempre vou fazendo um detox também.
Mas escrevo este post para contar mais uma gracinha, um momentaço, uma coisa deliciosa: vi a Madalena pegar num boneco daqueles que está pendurado no tapete e passá-lo para a outra mão. Sim, eu sei, o título é manifestamente exagerado, mas não resisti, desculpem lá. Ainda lhe falta mais umas semanas de treino para ter a destreza de um Marco Paulo a cantar os "Dois Amores" e a passar o micro de mão em mão, mas tenho a certeza que a Mini chega lá. E o bonequinho também tinha som.
Como já devem saber, sempre que há momentos milestone gostamos de estar bem preparados e comportamo-nos sempre como se não houvesse mais vida na Terra. Somos (sou) assim e não há volta a dar. Portanto, às 09h00 da manhã (tinhamos de contar com o arrefecimento) já estava a preparar tudo. Escolhi a cebola mais cheirosa, a batata mais bonita, a cenoura mais viçosa, pus tudo na panelinha, cobri com água e... fui tomar banho. O papá ficava a tratar de tudo. E ficou.
Entretanto, a Madalena acordou, o pai andava a brincar com ela e ainda disse: "Acho que está a ficar com pouca água. Ponho mais?". Pois, claro, aqui a Jamie Oliver da comida para crianças achou que não, que disparate e o papá, aprendiz de principiante de cozinha, acreditou. Resultado: a primeira sopa da Madalena estava boa para fazer carvão. E como já estava atrasada, à segunda foi sempre a abrir. Esta cebola está boa, esta batata tem o tamanho certo, esta cenoura serve. Mas nada de stresses: furámos bloqueios de camionistas, arriscámos apedrejamentos, mas tudo o que a Mini come é fresquinho, fresquinho, acabado de colher. Ai, quanto não vale ser uma rapariga do campo?
Devo confessar, porém, que a panela não foi a única coisa a ficar preta cá em casa. Deixei o fio do liquidificador, que usei para fazer creme da pêra, encostado a uma panela e queimou-se. É assim a vida nesta casa.
Primeiro prato Sopa de cenoura, batata e cebola Segundo prato Pêra crua esmagada Sobremesa Leitinho A Mini comeu hoje a sua primeira sopa, eram 12h30, mais coisa menos coisa. E quando digo comer é força de expressão. Experimentou a sensação de ter uma colher na boca e o sabor dos legumes.
Pusemos música suave, preparámos a mesa, usámos o prato novo, sentámo-la ao colo, o papá estava em casa... Tentámos criar o ambiente ideal, mas não houve forma de viver um momento idílico do género "ai, demos-lhes a primeira colherada e ela adorou". Qual quê! Esperneou, berrou, chorou e só acalmou muitos minutos depois ao colo do papá que sempre lhe conseguiu dar umas cinco colheres. Da fruta comeu umas duas colheres, mas pareceu gostar do sabor, o que já não é mau. Aliás, dadas as circunstâncias, tudo isto nos parece um autêntico feito... (ver próximo post)
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