Não há nada como a pessoa chegar tarde a casa a pensar que tem tudo limpinho e cheiroso, o jantar da bebé pronto e a roupa passada no armário e descobrir que nada disso aconteceu. Gosto, é que gosto mesmo.
Dito assim parece que eu sou uma megera do pior e, enfim, isso está longe de ser verdade, mas creio que finalmente resolvi o problema da mulher do Renault Clio que estacionava o carro à frente da escola da Madalena. Ela voltou a usar o espacinho e eu finalmente consegui perceber que o número para o qual ligar é o parque de viaturas do Restelo. Portanto, agora, aquilo são dois minutos. Ligo, faço queixa e já está.
Primeiro um polícia veio-me com a conversa de que isto não dava direito a reboque e tivemos uma conversa um pouco amarga. Eu a perguntar-lhe se o crime compensava, ele a dizer "às vezes, sim", eu a dizer que a multasse, ele a desvalorizar, eu a dizer que me estava nas tintas para o que ele ia fazer, mas que enquanto isso prejudicasse a minha vida ia ligar todos os dias. Pensei que não tivesse surtido efeito porque no dia seguinte a c.... voltou a pôr o carro no mesmo sítio. Voltei a ligar para a polícia e, tcharan, desde então tem sido um sossego. Portanto, suspeito que ela foi rebocada, se atreveu a estacionar no mesmo sítio confiando na sorte e que se deu mal.
Fui apanhada por um dos directores do jornal a actualizar o blogue. É preciso ter azar, digo eu, que nunca, N-U-N-CA, faço isso. O que vale é que ele se riu e ainda pediu a morada.
Bem, quer dizer, uma pessoa não vai ao Dolce Vita Tejo (DVT), vai à Primark.
E o que é a Primark? Um síto com coisinhas feiíssimas que estão quase a ser giras, mas que valem sempre muito a pena porque são tão baratas que não gostarmos não há azar. Azar só para o planeta e para as condições laborais de quem faz sabrinas a seis euros, claro. Não deixa de ser engraçado: vamos para Copenhaga dizer que isto é muito importante, ai de quem diga que não é pró-ambiente e depois era giro começarmos a contabilizar a pegada ecológica que deixamos.Comprar seis pares de meias a três euros é o princípio de tudo (e estou a falar mesmo contra mim). Quando se romperam vou metê-las no lixo e quem não o faz é tido por maluquinho. Mas será mesmo? Porquê, quando e como deixámos de comprar as coisas que desejamos MESMO para ter umas que remedeiam porque são baratas?
Vou deixar este post para depois quando isto estiver ainda pior nos lembrarmos que um pijama a cinco euros é sinónimo de muito e maiores gastos. Já para não falar, e não vamos, que muito possivelmente isso também só é possível graças à exploração de umas quatas pessoas para que outras possivelmente da mesma idade tenham a sorte de as usar. Mas não, não vamos falar sobre isso. Deixo só a frase do Warren Buffet, multimilionário que doou 34 mil milhões de dólares a organizações não-lucrativas: "As pessoas pensam que tudo o que conseguiram é apenas o seu esforço, como se por acaso se tivessem nascido no Bangladesh tudo tivesse sido igual". Tem razão. Podia ter-se lembrado mais cedo, claro, mas ao menos lembrou-se. (Este era o ponto 1)
Ponto 2:
Ainda sobre a Primark. A qualidade das coisas é tão má, tão má que, por comparação, a H&M é boa, a Zara é óptima e a Bennetton é luxo. Mas eu estou fascinada com aquilo. Estou mesmo! E comprei coisas (coisas que se escondem!).
Ponto 3:
Qual é a Primark? Tal como muitas outras lojas que desenham roupas para crianças, gosta de vestir a miudagem como se fossem adolescentes. A sério, people, o que têm na cabeça? Incentivos à pedofilia? Frustrações acumuladas? As crianças só são crianças uma vez, portanto, enquanto o são é aproveitar para as vestir do que são. Com xadrez, com vestidos de grandes laços, com meias até ao joelho, com vestidos-bibe, com camisas com golas em folhos, sweat-shirts à Pierrot, sandálias inglesas. A sério, têm tanto tempo para se vestirem como crescidos... Agora, pois claro, que nem tanto ao mar nem tanto à terra. A própria Madalena também veste um legging e também usa o seu casaco de capuz ao género 50 Cent. Só para o caso da miúda sair à mãe, que se lembra de pensar que a sua mãe a vestia à bebé quando as outras miúdas andavam bué radicais (mas isto foi muito mais tarde, não te ponhas com ideias, Madalena).
Ponto 4:
Por que razão tudo aquilo é tão grande? A dada altura concluí que o DVT é um dos monumentos portugueses mais grandiosos que já vi. Cada loja daquelas é maior que a minha casa. Toda. O Amoreiras ao lado é um velhinho AC Santos, um shopping de bairro (bem, é mesmo).
Ponto 5:
O ser humano é do caraças. Uma parte super feliz com as compras, outra furibunda com a invasão estrangeira: por que raios o multibanco de uma marca de café americano, a Starbucks (Mónica, já desbundei e continuo na minha: num centro comercial? Mas admito que o Chiado seja outra loiça), é da Servired espanhola? Achei giro, pessoalmente, foi uma viagem no tempo, mas, sinceramente, tanto bom equipamento do ISEL...
E, finalmente, a derradeira contradição humana: "que porcaria, só gente horrível, aos gritos e adolescentes", eu a pensar, e de repente pecebo que perdi o saco com a prenda (aliás, o presente) da minha prima Elsa (não te preocupes, a tua não é a da Primark!). Tinha-me esquecido dele na casa-de-banho e já o dava por perdido quando lá fui confirmar, uma hora depois, e - tcharan! - estava no mesmo sítio. Bom, não é? Ir ao centro comercial e levantarem-se tantas dúvidas filosóficas!
Assim. Mas em branco.
(E quem sabe não sai um, em pequeno, para uma certa e determinada menina prestes a completar dois anos de vida).
Uma certa e determinada pessoa disse-me que não gostou muito wishlist. Não da minha, sobre essa até disse "O Natal é só uma vez por ano!" (iupi, iupi, três vezes iupi), mas da sua própria. "Não me parece lá muito bem".
E estou aqui para dizer que acho a observação tremendamente injusta.
As meias que aqui deixei são da melhor qualidade, material de primeira, super suaves. Provando, aliás, que só tenho razão deixo um vídeo que sustenta o que digo:
Gossip Girl (Season 2 finale)
Ora, se a peúga Falke serve para calçar os presuntos de uma betinha de Upper East Side e os pezinhos poposudos (adoro este adjectivo!) de uma certa Mini-Madalena, por que não hão-de servir para o papá?
PS: Adorei os comentários! Tia, humilde, aprumadinha, bom gosto... Eheheh. Veremos o que me traz o senhor de barbas (literalmente) no dia de Natal.
Zippy organiser Epi Leather Louis Vuitton
Zippy organiser Monogram Canvas Louis Vuitton
Speedy 35 Louis Vuitton
Neverfull MM Louis Vuitton
Carolina Herrera Handbag (este formato - de mão - mas com um padrão mais bonito)
Gabardine Burberry (a original!)
*sujeita a actualização
As minhas manhãs podiam ser mais calmas?
Podiam. Mas não era a mesma coisa!
Apetece-me fazer queixinhas e não ter de pedir desculpa e dizer "mas olhem que eu gosto muito da Madalena!" Porque acordei às 05.00 da manhã com a Mini a choramingar, porque encontrei uma gaveta aberta e dezenas de elásticos de cabelo pelo chão. Logo aqui que já ninguém usa cabelo comprido. Porque não faz nada do que digo à hora da refeição. É calmíssima, mas tira-me do sério:
- Mamã, não pupa!
- Tens de comer a sopa.
- Mamã, não! Mamã, a outa!
- Qual outra?
- A outa papinha.
Ou, depois de uma hora a saltar-descer-subir-saltar-descer-subir do sofá, aparenta sono, mas depois não quer dormir.
Ou, o pior, não poder viver com um mínimo de espontaneidade, sem passar o tempo a prever o que vai acontecer. Sem estar sempre a antecipar o próximo passo. Exemplos:
Banho = é preciso levar a toalha para a casa-de-banho (já para não falar que é preciso antecipar vários dias que vai acabar o gel duche e é preciso substituir)
Sábado de manhã = stress total porque é preciso planear as refeições ou a coisa descamba e lá temos nós de aturar uma birra.
A tua mãe chegou cansada e rabugenta, furiosa porque não tinham posto a notícia que eu queria no online.
Estava danada por ter de ouvir queixas de quem só reclama - ora porque os trabalhos são bons, ora porque são maus. Só gostou de vir trabalhar porque tinha um serviço de manhã, e subiu contentinha avenida da liberdade acima a escrever mentalmente a notícia.
Era espectacular, e eu pensava: isto compõe-se, já sei de cor o número de clientes do Meo (500 mil, se interessar a alguém), vou contactar este, aquele e o outro - já tenho os telefones desta gente toda! Depois faço a outra coisa e mais-não-sei-que-mais e adianto trabalho para o fim-de-semana...
Mas chego e não é nada daquilo e tenho 300 mil coisas para fazer e, caraças, estou farta de vos ver, grito: "amanhã ainda sai no jornal que a ERC processa a Cabovisão, que estreia novo documentário na RTP1, que foi despedida da Playboy, que tem na capa a Catarina Furtado"...
Reclamo, e é injusto. É tão boa a sensação de contar!
Portanto, apesar das quase 13 horas que levo aqui, hoje é um dos melhores dias da minha curta vida neste jornal.
Na sexta vou ao concerto de Backstreet Boys (e recuo nove anos no tempo).
Tenho dois trabalhos giros para fazer.
E, sem que eu tivesse que mexer uma palha, a notícia que eu queria já está no online.
Blogues que os pais visitam
Sítios para bebés... e não só