O dia hoje esteve cinzento e não foi por causa da chuva.
Despediram 122 pessoas da empresa onde trabalho, 12 eram do jornal onde escrevo, o 24horas, e conheço outra do "Jornal de Notícias". De uma penada extinguiram a delegação do Porto e mandaram embora a telefonista e uma pessoa da fotografia. Não me apetece alongar-me sobre isto, por respeito e solidariedade com os que perderam o trabalho. Não estou na pele deles e, por mais que tente, só posso imaginar a angústia que sentem. Pior, sinto que nada disto resulta efectivamente do seu (mau) trabalho. Foram eles, porque era mais fácil.
Para os que continuam, ficou o aviso: se não conseguirmos fazer mais dinheiro (criar novas oportunidades de negócio, é o que lhe chamam agora) espera-nos idêntico destino.
De falta de clareza não os podem acusar, mas não era preciso tanto.
Nos poucos anos que levo disto de trabalhar e descontar para a segurança social, sempre tive claro que o meu posto de trabalho não estava seguro só pelo facto de pertencer "aos quadros". Quando os patrões querem despedir alguém ou acabar com um projecto, fazem-no. É tudo uma questão de engenharia jurídica.
E se eu aprendi isto foi graças ao meu primeiro trabalho a sério, na revista Super POP. Os donos eram espanhóis, os métodos da Roménia de Ceausescu: pagavam fortunas de indemnização para ser livrarem de quem deixava de lhes servir. Pareço cínica por dizer isto? Pois, talvez, Mas, curiosamente (ou não), a versão portuguesa desta revista foi a primeira vítima da hecatombe editorial a que estamos a assistir desde que entrámos em 2009.
Fechou.
(Se calhar, ainda vou ter de dar razão aos Gato: era melhor passar já para 2010)
Blogues que os pais visitam
Sítios para bebés... e não só