O que tivemos de andar em apenas 35 anos.
Não admira, pois, que ainda falte tanta coisa.
(De hoje, da última página do DN, as alegações finais de Célia Metrass, uma das mulheres que esteve nesta manifestação: "Não percebo como se pode ser mulher sem ser feminista". Eu também não. Chamem-me intolerante. Chamem-me antiga. Vejo mil coisas para fazer. Vejo mil opressões, vejo que ser mulher não é apenas um género. Ser mulher é uma condição. Quase sempre pior do que ser homem).
- Mamã, a cadeia 'tá juja.
Agora quando lhe dizemos "A Madalena é tontinha?", ou outra palavra qualquer, mesmo que até seja uma coisa positiva responde:
- Não, não. A Manena é linda.
Outra versão, ainda mais apurada:
- A Madalena é a mais linda de onde?
- Do mundo.
E se isto parece megalómano é esperar por quando está realmente bem-disposta:
- Do mundo inteio.
A tia Almeida diz que está a cair da cadeira de rir com as minhas preocupações com a língua e o mau português de "Atirei o Pau ao Gato". A rir-se de mim e não comigo, entenda-se. Ora, a mamã não quer mudar o mundo (querer até queria, mas acho que não vou conseguir) mas, enfim, não seria mau que já que estás a aprender, que aprendesses bem. Porque primeiro foi o "assentada" e a seguir veio o "amostra" (amosta, no seu caso). Para breve, está prometido, teremos o "forem". Também gosto muito.
A minha amiga Ana ligou para o canal Panda para que o bicho original estivesse na festa de anos da nossa filha. Mas o animal, que é muito fino, não faz festas particulares.
Isabel - A sua filha é a única que não vem ter consigo quando você chega. Vai ser fresca!
Eu - É, mas é para ser mesmo assim. Estamos a treiná-la para ser uma líder. Futura governadora do Banco de Portugal!
Ai ca nervos que esta mulher me mete e as coisas que me faz dizer. Eu gosto dela, a sério que gosto, mas ela é como os malucos. Diz tudo o que lhe vai na pinha.
À frente da escola da Mini há um sinal de proibição de parar "excepto tomada e largada de passageiros" feito à medida de todos os papás que levam as suas crias ao infantário e as recolhem à tarde. Isto, que é claro como água para qualquer pessoa que tenha feito o código, escapa à ética de uma série de condutores que passam naquela rua. "Não há sítio para estacionar? Vai mesmo aqui, a ver se passa", devem pensar.
A coisa nunca me tinha importado na Primavera e no Verão porque damos a volta ao quarteirão a pé. Agora que chove e faz frio a coisa pia mais fino e, que diabo, é para tomar e largar passageiros que o sítio lá está, portanto, porque hei-de andar mais 10 metros que seja para isso? Ora, pobres destes reles condutores, desta parte não têm culpa, eu sou uma mãe leoa e uma terrorista em potência. Canalizo todas as frustrações quotidianas para esse pequeno momento em que descubro a identidade de quem me obriga a deixar o carro uns 10 metros à frente para deixar a Madalena (são poucos metros, eu sei, portanto todos os podemos fazer) ou pedir "faxavor" ao segurança do prédio ao lado para me deixar parar nos lugares deles - onde passo eu a ser a infractora - para me passar da marmita. Vamos em dois e a contar...
A primeira a conhecer a minha fúria foi uma penetra de Clio preto. Há dias e dias que via o carro ali estacionado, mas 1) a senhora tinha uma cadeirinha no carro, donde poderia estar a deixar uma criança na escola tal como eu, apesar de nunca por lá ter visto semelhante alminha; 2) pode estar a deixar uma criança ou outra pessoa qualquer em outro sítio qualquer, o sinal diz "tomada e largada de passageiros" não diz "tomada e largada de passageiros na escola da Madalena". Ficava furibunda, mas enfiava a violinha no saco e pronto. Até que a vi estacionar, dar dinheiro ao arrumador e sair toda lampeira avenida abaixo. Claro que baixei o vidro e comecei a barafustar (a minha vontade era insultá-la de mastronça para cima, mas contive-me porque também estou perto do local de trabalho e não é que me apetecesse rodar a baiana, o que queria era enfiar-lhe cinco dedos nas fuças). Ela fez de conta que não me estava a ouvir e foi o que fez de pior porque a partir desse momento jurei-lhe, enfim, fazer-lhe a vida negra. Chamei a polícia, que não fez nada porque precisava que alguém lá estivesse quando o reboque chegasse e também tenho mais que fazer do que perder tempo com amibas. Preferi deixar recado com o arrumador, que o passou. Dois dias depois cruzo-me com a imbecil. Com tanto azar alguém já tinha ocupado "o lugar" dela. Preparava-se para estacionar num dos outros dois lugares proibidos. Assim que me viu saiu como se agora eu fosse proprietária de tudo quanto é espaço livre na avenida (gosto disto, no entanto) e ficou a falar com o arrumador, os dois a apontarem na minha direcção. A sério, gostava me dissessem alguma coisa.
O segundo contemplado foi um parvinho com uma carrinha de cargas e descargas. O segurança já anda a ficar possesso de me fazer favores e eu próprio já acho isto um abuso. O homem estava a estacionar e eu vá de estacionar ao lado dele e mandar-lhe os cães para cima. Se ele achava bem que eu andasse com a minha filha ao frio porque ele é um comodista. E ele a mandar-me argumentos totalmente disparatados, género "era só pedir" e o último, quando já não sabem o que dizer, "não se enerve". Ora, 1) não tenho de pedir nada, é do código; 2) claro que me enervo. Detesto perder tempo com inúteis. O certo é tirou mesmo o lugar do sítio.
E aquele "concentrado de burridade" que conduz o Clio preto se volta a pôr lá o carro leva com a polícia e com um bilhetinho educado a informar que fui eu que chamei o reboque. Só para se pôr em sentido. Ah, como é bom ter a razão do nosso lado!
Qual é o nome que está na caderneta?
Boby.
"A veterinária perguntou e eu achei que era mais engraçado com Y", disse-me a minha mãe, esse perigo à solta nos registos.
(PS: Está prometida uma foto do Boby para breve)
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