Sinceramente, cansa a moleirinha do mais santo isto de chegarem a uma idade em que não conseguem fazer nada sozinhos e, no entanto, não querem fazer nada dos que lhes dizemos.
Por exemplo, vestir de manhã é uma autêntica gincana.
- Vamos mudar a fralda/ vestir a roupa.
- Não.
- Sim.
Esgrimimos argumentos umas quantas vezes, quer dizer, eu e o pai esgrimimos argumentos, enquanto a estrela de qualquer negociação (com reféns de bancos e assim é que ela se dava bem) responde, invariavelmente, "não".
É de tal forma passante que ultimamente as nossas conversas terminam sempre com um "estás de castigo".
Deixamo-la ficar de pé, sozinha, nua ou vestida, no meio do quarto e dizemos "só sais daqui quando quiseres mudar a fralda/vestir a roupa". Remate final: "estou zangada, quando quiseres chama-me". Eventualmente ela lá acaba por aceder, mas isto está cada vez mais difícil de controlar.
Esta noite, por exemplo, esteve uns cinco minutos no meio do quarto (isto é muito em tempo de birra), nua, só com as crocs calçadas, a fazer finca-pé que não queria pôr a fralda. E sempre a tentar dobrar-me: escondeu-se atrás do armário e depois chamava-me para fazer "cu...cu". Muito cómica, sem dúvida, mas é precisamente nestas alturas que uma pessoa não se pode desmanchar.
É como anteontem: o pai a ralhar-lhe (sim, isto tem sido uma constante nas nossas manhãs) e ela deitada no chão. Mas não de uma forma qualquer: com a perna traçada como se estivesse na praia. Só tirando uma foto! Tive de virar as costas para me rir.
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