- Faz uma festinha à mamã...
E ela estica a mãozinha e passa-a na minha cara como um gatinho e diz:
- Gosto de ti mamã.
Até me vêm as lágrimas aos olhos quando penso nisto.
Porque nos último sete anos já quis mudar de trabalho, de casa, de visual, mas nunca quis mudar de namorado. Caramba, parece que foi ontem.
Para descrever o que aconteceu hoje de manhã quando me despedi do papá e da Manena à porta de casa, teria de ter
1) uma máquina fotógrafica que tivesse captado aquele segundo da nossa despedida
ou
2) um talento absolutamente extraordinário, ao nível de um Nobel, para escrever.
Tudo o que possa dizer fica aquém da realidade e do que senti.
Facto: O papá veio despedir-se de mim com um beijinho.
Facto: A Madalena, com o seu gorro enfiado cabeça abaixo, estava já ao lado do elevador.
Facto: Quando viu o beijinhos do pai voltou atrás.
Facto: Esticou o pescocinho, com aquele gorro tão querido na cabeça, e fechou a boca como quem vai dar um beijinho.
Eu vi amor naquele gesto e no olhar dela.
E o que adorava descrever é o que se sente naquele nanosegundo em que uma criança - a nossa - tem uma reacção tão adulta, que sintetiza tudo o que tem aprendido ao longo destes quase dois anos de vida: as palavras, os sentimentos, a representação. A sério, eu vi amor nos olhos dela.
Como pode o filho de uma mãe drogada, prostituta, sem casa, sem nada, sem valores, sem moral, querê-la a ela mais do que ao conforto de uma família que dá tudo?
O amor é tramado.
Estou à espera que o meu homem confirme no Facebook que tem uma "relationship" comigo!
Mulheres que estão sempre dispostas a dar uma segunda oportunidade a tipos que não interessam nada ponham mas é os olhos no "namorado" da minha filha:
Mãe do Henrique - O Henrique diz que quando tiver uma mulher vai viver com ela numa casa.
Eu - Ai, sim? E onde é que vão morar, Henrique?
Henrique (agarrando na mão da Madalena e fazendo um ar meigo) - Sabemos lá nós, não é, Madalena?
E tem apenas quatro anos. Quatro, ouviram?
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