Preserverança e persistência
Eis uma história daquelas que eu gosto:
A actriz Daniela Ruah, 25 anos, foi para os Estados Unidos estudar representação, tentar a sorte em castings, foi escolhida para entrar no piloto de um spin off da "Investigação Criminal", a série teve boas audiências, vai para a frente e ela vai mudar-se para Los Angeles, onde decorrem as gravações de "NCIS: Los Angeles" e tem contrato com a CBS.
Há uns anos, três talvez, a Daniela deu uma entrevista em que dizia que queria contracenar com a Nicole Kidman e ganhar um Oscar. Eu ri-me a ler o artigo. Yeah, yeah, Hollywood! Agora, se calhar, tenho de me calar. Isto de ter um dos papéis principais numa série até pode não ser nada, mas ela está defnitivamente mais perto do plano que traçou. E, sinceramente, quando assim é (para usar uma expressão tão cara ao futebol português), não tenho problemas em dar a mão à palmatória. Estava errada.
Apesar do que escreva Joel Neto no DN - que todos os que andamos histéricos com o êxito da Ruah numa série é um bocado injustificado e sinal de provincianismo - acho realmente fantástico haver uma actriz portuguesa a entrar numa série americana, que é só o coração da indústria televisiva, fotografada pelas agências internacionais na passadeira vermelha de um evento da CBS, uma foto que dá a volta ao mundo. Quantas e quantas pessoas estão em Nova Iorque e Los Angeles à procura de um lugar ao sol e não conseguem nada? Se a Ruah conseguiu algum talento, beleza, inteligência, capacidade lhe terão reconhecido. Moral da história: flecte, flecte, insiste, insiste. A algum sítio se vai dar.
Lateralmente a esta história, mas também no capítulo preserverança e persitência, fiquei comovida na sexta-feira quando vi o trabalho da minha colega sobre a Daniela Ruah impresso no jornal. Há várias semanas que ela segue, a par e passo, o percurso de "NCIS: Los Angeles", que contacta com a Daniela, que cultiva esta notícia. E, finalmente, teve o resultado desse trabalho de formiguinha. No momento mais preciso (no curto espaço de 6 horas, com uma diferença horária de várias horas), ela e só ela, conseguiu chegar à fonte e ter uma entrevista com a actriz (Sim, porque tenho a certeza que se fosse eu a mandar um mail com perguntas, ela até podia responder, mas ia demorar muito mais tempo).
Foi por ser amiga da estrela? Não. Foi por andar a fazer-lhe fretes? Não. Foi simplesmente porque insistiu, porque soube não deixar morrer a história, por ser rigorosa e ter um historial de trabalhos que fala por ela.
À velha máxima "não é preciso saber, é preciso ter o contacto de quem sabe"; instituída pelo papá, acrescento: "E é preciso saber o que fazer com ele". Nice work!
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